14 maio, 2009

Sobre necessidades

Hoje pela manhã ouvi num programa de rádio o seguinte texto motivacional:

CERTEZA faz sua vida funcionar. INCERTEZA faz sua vida valer a pena.
Todos nós temos a necessidade de mudar nossos estados internos, de experimentar uma variedade de ações e sensações físicas e emocionais.

Buscamos isso de varias maneiras: Ao ouvirmos uma música, ao praticarmos esportes, ao mudarmos de ambiente, de postura, de roupa ou de canal.
Podemos ser muito diferentes na busca dessa necessidade.
Alguns a buscam mudando de trabalho, de cidade, de condições de vida, aprendendo uma habilidade nova, outros, buscam variedade ou incerteza através de álcool, das drogas e até mesmo das brigas, provocações ou da violência.


Nem preciso dizer que isto captou minha atenção no mesmo instante. “Sou eu – eu pensava, estou apenas seguindo uma lei de todos os seres humanos, estou apena fazendo minha vida valer a pena.
Tenho pensado muito no significado e intenção das coisas, mais do que nos seus meios, e essa jornada tem me feito muito bem como pessoa... Nunca antes tive tanto contato com as vontades do “eu”, Beatriz, adulta, emocionalmente burra as vezes, mas capaz de se virar bem. Mudar foi o primeiro passo e acaba trazendo a sensação de que foi o mais fácil, de que foi só o começo.
Me sinto feliz... não aquela felicidade intensa e brilhante que se apresenta nos comerciais, afinal eu choro muitos dias da semana, sinto raiva e depressão na maior parte do tempo no trabalho, me mergulho em auto-comiseração e me lamento a todas as minhas amigas. Mas sou eu. Não sou mais os reflexos e transferência dos meus pais, não sou as expectativas do meu trabalho, não sou a universitária em crise.
Esta é só uma portinha que se abriu na vida de uma guria que não tinha lá muito medo das incertezas e agora tem um desejo ainda maior por elas (tá, ainda não resolvi entrar pra um retiro hippie... eu gosto um pouco desse mundo consumista)
Chego a pensar vários dias na frase de Cris McCandless em “A Natureza Selvagem”, algo como
"Carreiras são invenções do século XXI, e eu não estou muito certo se quero uma pra mim."
A questão é: nada na vida é um ponto final, com exceção da morte. Não são as milhares de possibilidades de falha que me manterão preso ao que não quero ou sem ousar uma posição melhor ao sol.

Na sequência, também achei um texto do Osho bem interessante, destacando a seguinte parte:

Ir ao encontro da felicidade exige, às vezes, atitudes ousadas, que vão contra muitas regras vigentes na sociedade. O julgamento é inevitável e, para enfrentá-lo, é preciso um amor próprio inabalável e a convicção de que somos merecedores do melhor que a vida tem a oferecer.
Contentar-se com um destino medíocre e abrir mão daquilo que sua alma deseja realizar pode não só afastar qualquer possibilidade de felicidade, como criar um estado de desequilíbrio tão intenso que as doenças físicas serão uma consequência inevitável.
Poucos são os que se dispõem a abrir mão de uma vida confortável e segura, para entrar no perigoso caminho da autodescoberta, aceitando ser fiéis acima de tudo à sua própria verdade.
Mas os que ousaram pagar o preço e se dispuseram a ir além, apesar do medo e das noites escuras que tiveram de atravessar, certamente têm hoje a certeza de que valeu a pena.


Sinto que recuperei um pouco da fé... um pouco da inspiração... um pouco da vontade de ser mais humano, ser melhor.
Espero também postar com mais frequência, como havia dito em posts (pré-históricos) anteriores. E mais do que tudo, espero sair do ciclo “eu”, afinal nem todo mundo tem um umbigo lindo como o meu, mas eu hei de apreciar umbigos queridos com mais atenção.

Agradeço à Bissu, minha hermana de coração, que foi quem me motivou a voltar a postar e quem tem me ouvido sem reclamar, aconselhado sem precisar de uma solicitação formal e amado com muito carinho, como sempre.

2 comentários:

  1. "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma de nossos corpos e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia. E se não ousarmos fazê-la teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

    E os outros? Ah..."os outros são os outros, e só...".

    Com fé conseguimos chegar a qualquer lugar. Só precisarmos definir no que vamos acreditar!!

    beijuuuuuuusss

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  2. Uiá!
    E num é que ela voltou?!
    Senti saudade de seus textos, xuxu!
    Pois é...pegar as rédeas da vida as vezes é um parto, mas eu acho que a unica felicidade que vale a pena é esta a qual vc se referiu: com dor, com lágrimas...o resto é mediocridade.
    Boa sorte na jornada e precisando estamos aí (mesmo que daki, meio de longe...rs)!
    bjos!

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