07 outubro, 2007

Sobre Frutos e Decisões




Vi minha vida somando mil direções, como os galhos do figueirado conto.
Na ponta de cada galho havia um figo maduro - um maravilhoso futuro. Um figo era um marido feliz e filhos; outro, ser uma poeta famosa; outro, uma professora ilustre e mais outro era ser Éxis, a incrível editora; outro, conhecer a Europa, África e América do Sul e ainda outro era Constantin, Sócrates, Átila e um monte de outros namorados com nomes estranhos e profissões exdrúxulas; e um figo era ser campeã olímpica da equipe de remo e além desses tinha tantos outros que eu não conseguia nem ver.
Imaginei que estava sentada embaixo da figueira, morrendo de fome por não decidir que figo escolher. Queria todos, mas, escolhendo um, não podia pegar os outros e, enquanto ficava sentada ali, incapaz de resolver, os figos começaram a amadurecer, apodrecer e cair aos meus pés.

A Redoma de Vidro · Sylvia Plath

Quem nunca sentou embaixo dessa "figueira"? Eu vivo à sombra dela.

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