18 julho, 2013

Sobre o tempo

No começo da vida adulta alguém me disse que ter filhos é parar a sua vida em 15-20 anos, você deixa tudo o que diz respeito ao seu "eu" para focar no desenvolvimento deles.
E durante esses 2 anos eu cheguei a acreditar nisso muitas vezes... mas não até hoje.
Hoje eu demorei quase 40 minutos para a mais simples das tarefas: dar café da manhã à uma criança com fome. E apesar de toda a demora e sujeira, eu adorei cada minuto.
Foi nesse momento que eu percebi que a vida da gente não para quando os filhos nascem, ela desacelera.
As horas extras trabalhadas às noites e fins de semanas deixam de existir como opção.
As horas gastas na cama valem mais do que a soma de horas dentro de uma balada.
Um ano inteiro de uma pós-graduação é uma década do desenvolvimento do seu bebê, cheio de gorfo, narizes escorrendo e muitas palavras erradas.
E as intermináveis horas de Galinha Pintadinha não duram uma faxina inteira na cozinha, veja bem rss


Quando se têm uma criança em casa o tempo ganha 2 modus operantis, ele voa ou passa beeeem devagarinho, igual almoço de domingo na casa da vó.
E é claro que nesse meio tempo você vai sentir falta do trabalho, das baladas, dos estudos e em especial, de tempo pra você.
Mas quando você parar pra observar, terá uma lista de realizações infinitamente maior do que se comparado aos anos antes desse ser cheio de amor nascer.

Ter filhos me ensinou de que tudo tem seu tempo, de babar, engatinhar, andar, roubar comida do prato alheio, de balbuciar, falar palavras, falar pequenas frases...  e não cabe a nós, meros mortais, controlar a rapidez ou desaceleração de cada minuto.
Mesmo porque quando crianças a gente não sabe ler um relógio, e quando sabe, não se limita a ele...

Antes dos filhos nós falamos muito no futuro, depois deles também. A diferença é que a cada dia eu vivo a sensação de que esse tempo atual (precioso ou desgastante) não vai voltar e só me resta abraçá-lo, e o tempo, o tempo não pára...


Nenhum comentário:

Postar um comentário