26 março, 2013

Para mudar, é preciso ralar.

A muito tempo sou familiarizada com a frase "a espiritualidade não dá saltos" pra explicar que tudo nessa vida é construído degrau à degrau, mas uma vez que conhecimento não garante o serviço feito é também bem recorrente aquela vontade de que o tempo passasse, que as contas se auto-pagassem, que as feridas magicamente fechassem e o mundo fosse abençoado com a paz mundial e a excasses de fome, assim com que instantâneamente.
Não que a paz mundial esteja na minha listinha de prioridades semanais e não que eu esteja menosprezando a sua importância quando digo isso, mas o fato é que eu sou uma pessoa ávida por ação e sendo assim, sou viciada em listas de pendências... mas como a maioria das coisas, a gente começa pelo mais fácil.
É óbvio que lido com coisas que não dependem só de mim, que dependem do tempo certo e especialmente, que dependem de dinheiro.
Mas o que eu queria dizer com tudo isso, afinal?
Eu queria dizer que eu pintei o cabelo (êta mulher complicada hein)!
Eu pintei o cabelo porque eu adorava ser ruiva, eu me sentia eu. Mas junto com essa retomada do antigo eu também descobri que não seria uma simples coloração que ia mudar o furacão que passou na minha vida a 2 anos atrás, o furacão chamado Maternidade.
Junto com a estranheza que sinto toda vez que olho me no espelho, sinto também aquela frustração infantil de quem quer muito algo e não sabe usar depois que ganha.
E ai minha gente, o que eu faço?
Peço pra cabelereira suspender e jogar um tom preto por cima? Paro de me olhar no espelho? Aproveito o inverno e vivo de toca?
Bem, eu to respirando pela barriga, interioralizo a frase inicial do post e defino: "já comecei a mudança por fora, agora é ajeitar cômodo à cômodo aqui dentro".
Acho que eu nunca mais volte a me sentir como me sentia a 2 anos atrás. Mas o que mudou é que talvez eu não ache mais isso ruim, talvez eu tenha começado a entender que isso aconteceria de uma forma ou de outra e que a força que eu uso pra me apegar ao passado seria bem melhor aproveitada se eu usasse pra abraçar meu presente.
Mas por enquanto, eu só pinto o cabelo.

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